1. Antes de pegar a estrada pela manhã, abrimos o googlemaps para visualizar o roteiro de hoje. Estranhamos o google dizer que demoraríamos 11h40 minutos para fazer exatos 384 km entre Santa Cruz de la Sierra e Sucre. Uma estranha média de 35 km/h. Mas lá fomos nós pela Ruta 7 (aqui chamada de Trajecto 7), acreditando que faríamos o trecho na metade deste tempo. Ledo engano, demoramos exatamente 11h na estrada. Essa Ruta 7, a partir de uma cidadezinha chamada La Angostura, simplesmente vira uma estrada de rípio, com pequenos trechos intercalados de asfalto muito ruim (antes fosse tudo rípio), com curvas e mais curvas de 180 graus em região de serra (subidas e descidas íngremes), máquinas na pista e muito caminhão levantando poeira densa. Foram 230 km de lentidão extrema. Não aconselho aos interessados em conhecer Sucre a trafegar pela Ruta 7, pelo menos por enquanto. É uma Carretera de la Muerte em largas proporções. Estão asfaltando vários trechos e pode ser que daqui a 1 ano a situação seja outra. O caminho mais confortável, no presente momento, é seguir pela Ruta 4, que vai para Cochabamba. Mas tivemos um alento, a partir de San Isidro muda-se de rodovia (Ruta 5), um verdadeiro tapete, e é onde começa o trecho da Cordilheira dos Andes.
2. A Cordilheira andina na Bolívia é de uma beleza indescritível, um cenário de emocionar! Mas ninguém se engane que conseguirá desenvolver médias acima de 50 km/h pelas rodovias daqui. Praticamente não existem retas com extensão superior a 1 km. É muito desgastante, e igualmente prazeroso, pilotar em altitudes que superam os 3000 metros, com centenas de curvas fechadas de 180 graus, bordeando despenhadeiros. Um pequeno erro na tangente de uma curva é "caixão e vela preta". Outro fato que merece destaque é a quantidade de animais na pista. Cachorros, vacas, burricos, porcos e cabritos são comuns... e nos trechos sinuosos isso é um risco permanente. Deve-se acrescentar que estamos tendo problemas de abastecimento, comprando gasolina em galões e transferindo nós mesmos para o tanque e, como já disse, a moto não pode ficar parada na área do posto. Isso exige muitas idas e vindas à bomba, porque nossos "galões" são de 5 litros e o tanque de 20. A distância entre um posto e outro é considerável. Não raro ultrapassa 200 km. É sempre aconselhável levar uns litros adicionais.
3. Não bastassem 11h sentados na moto, chegamos em Sucre no horário do rush. Engarrafamento monstro em 100% das ruas da cidade. Ficar parado atrás de automóveis no trânsito pesado, com as pernas bambas e a cabeça azuretada pelo batidão da estrada, não é foi nada agradável. Mas chegamos bem bom hostal Casa Takubamba, onde passamos a noite.
4. Eu estive em Sucre há 12 anos, também de motocicleta, e posso testemunhar a mudança radical no perfil da cidade, que tem passado pelo fenômeno de favelização bastante comum nas boas cidades da Cordilheira. O trânsito é de amargar! Mais rápido andar a pé por aqui. Pouca gente sabe, mas Sucre é a capital constitucional da Bolívia e é conhecida como a "Cidade Branca", por causa das paredes caiadas de suas construções históricas. A cidade, fundada em 1538, é patrimônio da humanidade pela UNESCO e também um dos sítios paleontológicos mais importantes da América.
Parabéns, meus amigos!
ResponderExcluirQue aventura maravilhosa! Bem que o Google poderia estar errado!
ResponderExcluirAdorei as casinhas brancas! Estivemos em Sucre naquela viagem ao Atacama? Acho que nao, né?
ResponderExcluirNão fomos à Bolívia naquela ocasião.
ExcluirMassa demais!
ResponderExcluirMuito top, meu chefe. Que Deus lhe abençoe, sempre e que venha vários e vários KM de estrada pra vocês. 🙏🏍💨✊️🇧🇷
ResponderExcluirExcelentes dicas! Obrigado! Rodrigo Rabelo.
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