20220413

RESUMO DA VIAGEM

Por Flávio Faria

Comentário sobre parcerias -  Essa foi minha décima terceira viagem internacional de motocicleta (14 países até aqui) e a quinta ao lado do Gilson Wander (Wandeco). Já rodamos juntos por 8 países sem nunca passar por uma situação de risco. Acho muito importante a escolha de um parceiro que tenha o mesmo senso de prontidão e de prudência que o seu. Eu e Gilson nos entendemos muito bem: acordamos cedo, não aceleramos demais, não fazemos bobagens nas ultrapassagens ou nos pisos escorregadios... e adoramos cerveja e vinho. Toda a viagem foi em clima de harmonia e de muita descontração. 

PERÍODO DA VIAGEM: 15 dias,  de 28/3 a 11/4/2022 - Excelente período para viajar. Pegamos chuva em apenas 2 dias e tempo muito ameno por todo o percurso, inclusive nas altitudes de 4500 m por onde passamos. Apenas no Salar de Uyuni o frio chegou perto de zero grau à noite.

MOTOS: Flávio Faria, numa Triumph Tiger 1200 XCX e Gilson Wander numa Suzuki VStrom 650.

PAÍSES E QUILOMETRAGEM PERCORRIDA  - 7123 km no total, sendo 2.649 no Brasil, 1850 na Bolívia, 2145 na Argentina e 479 no Paraguai. 

GASTOS: Combustível (Tiger 1200) R$ 2.028,00; Hotéis (valor individual) R$ 1.150,00 em 14 pernoites, sendo 12 em quarto compartilhado; Seguro Viagem R$ 370,68; Seguro Carta Verde 185,34. Tivemos que contratar outro seguro viagem na entrada da Bolívia por R$ 350,00, porque foi exigido o mínimo de 30 dias de cobertura e o que fizemos cobria apenas o período da viagem. Não vou incluir gastos com biritum e comilança porque somos adeptos ao lema "quem computa não desfruta". Pagamos 200,00  bolivianos cada (cerca de R$ 145,00) no passeio de 8h pelo Salar de Uyuni, pela Brisa Tours. O Johnny, que fez as fotos e filmagens, é o próprio Spielberg. Trabalho muito profissional. Eu indico essa empresa. Creio que pagamos cerca de R$ 90,00 cada em pedágios (todos no Brasil, claro). No Paraná (aquele que vivia nas páginas policiais) não está sendo cobrado, porque as concessões terminaram e não foram renovadas ainda. 

CÂMBIO - Paridade do Real com Bolivianos foi de 1,39; com Pesos argentinos, de 30,00; e Guaranis paraguaios, de 1.490,00. Não fizemos boas transações. Pelos relatos obtidos a posteriori  houve quem conseguisse 40,00 Pesos argentinos por Real.

PREÇOS DO COMBUSTÍVEL (pelo câmbio que fizemos): 

1) Na Bolívia o preço da gasolina é tabelado em Bob 3,74 (R$ 2,69) para os nascidos no país e Bob 8,68 (R$ 6,24) para estrangeiros. Existe o artifício de estrangeiros abastecerem em galões e pagar o preço dos "locais", mas tem que parar o veículo fora da área do posto. Isso foi irritante! Fazíamos de 3 a 4 viagens para encher o tanque e tínhamos que levar gasolina adicional, por causa das distâncias consideráveis entre um posto e outro.

2) Na Argentina o preço não é tabelado e variou entre 107 e 130 pesos. Isso deu uma média de R$ 3,86 o litro.

3) No Paraguai existem gasolina de 82 a 97 octanas e o preço varia muito, entre R$ 4,20 e R$ 5,60.

CONSUMO DAS MOTOS: A Tiger 1200 fez média global de 18,8 km/l, consumo praticamente idêntico ao da VStrom 650 com bauletos laterais (Gilson parou de computar na metade da viagem). As  melhores médias foram com a gasolina boliviana, que chegaram a 26,2 km/l, e com a argentina (abastecendo com a mais barata, de 92 oct.), 22,5 km/l. Com a estratosférica gasolina brasileira a moto consumiu entre 16 e 18 km/l.

ADUANAS: Foram aproximadamente 7h nas tramitações aduaneiras. Não nos pediram seguro Carta Verde ou Atestado de Febre Amarela em lugar algum. O atestado de COVID foi pedido em todas as aduanas (esse é essencial). Placa do Mercosul não acelera o processo em um único segundo (não paguem por isso se a intenção for viajar). Só na entrada e saída da Bolívia exigem cópias e mais cópias de tudo o que se imaginar. 

PLANILHA DE PERNOITES E HOTÉIS

PLANILHA DE COMBUSTÍVEIS


MAPA E EXPLICAÇÕES INICIAIS

 MAPA DA VIAGEM


Por Flávio Faria

Olá amigos, sairemos de Brasília no dia 28/3/2022, em duas motos diferentes: eu, numa Triumph Tiger 1200; e Gilson Wander, numa VStrom 650. A ideia é percorrer a Bolívia Argentina e Paraguai. Vale lembrar que nossa intenção inicial era adentrar no Chile e fazer o caminho de volta pelo Paso de San Francisco, mas as fronteiras terrestres chilenas ainda estão fechadas por causa das barreiras sanitárias decorrentes da pandemia. 
 
Assim, readaptamos nosso roteiro pra ir ao Salar de Uyuni, Sucre (capital constitucional da Bolívia), a Tilcara, Purmamarca, Quebrada de Humauaca, Cafayate Termas do Rio Hondo, Assunção, dentre outras localidades belíssimas do trajeto.

Acompanhem-nos!

TRECHO NACIONAL - DOIS PRIMEIROS DIAS - DE BRASÍLIA A CORUMBÁ/MS

 

RELATO DOS DOIS PRIMEIROS DIAS DE VIAGEM – TRECHO NACIONAL - DE BRASÍLIA A CORUMBÁ/MS – 1505 km rodados

DIAS 28 e 29/03/2022

1.  1. No primeiro dia de viagem pernoitamos em Camapuã/MS, 930 km rodados e, no segundo, em Corumbá/MS. Fechamos 1505 km de viagem até aqui. Prevaleceu o calor extremo nesses primeiros dias, com temperaturas sempre acima dos 30 graus. 

2. 2. CONDIÇÕES DAS RODOVIAS – de Brasília a Jataí/GO, primeiros 550 km de viagem, as rodovias estão em estado excelente. Os quilômetros seguintes são relativamente razoáveis, fáceis de rodar sem riscos de ser surpreendido por buracos. Nosso maior problema foi entre Paraíso das Águas/MS e Camapuã/MS, onde enfrentamos 130 km de buraqueira infernal. Foram necessários muito mindfulness e sorte para não destroçar as motos nos buracos infindáveis do trecho. Um pouco depois de Camapuã vem a BR 163 (pedagiada) e a viagem fica bem tranquila. Foram 4 pedágios até aqui, que totalizaram R$ 14,10 por motocicleta.

3.  3. CENÁRIOS – não há muitos atrativos até Aquidauana/MS (já na região do Pantanal). Até chegar lá, as rodovias são ladeadas por plantações extensas e pastagens. Cenário repetitivo em retas de dar sono. No MS, em plena Amazônia legal, quase não se vê vegetação nativa, que de fato nos lembre que por ali existiu uma floresta. A partir de Aquidauana o cenário muda de forma significativa (até a temperatura fica mais agradável), em razão da exuberante vegetação pantaneira. Transitar pelos 300 km da BR 262, com um único pedágio de R$ 8,50, é uma experiência que vale a pena.

4.   4.   COMBUSTÍVEIS – O preço da gasolina está elevado em todos os lugares, média geral de R$ 7,40 o litro. O maior problema é que existem TRECHOS ENORMES SEM POSTOS. Na BR262 (no Pantanal) havia uma plaquinha marrom, bem apagada, dizendo que o próximo abastecimento seria a 134 km. Lá fomos nós. Quando chegamos no primeiro posto de gasolina (localizado logo após a ponte sobre o rio Paraguai), não havia combustível! O próximo posto só em Corumbá, 75 km adiante. Existe sério risco de veículos com pouca autonomia ficarem pelo caminho.

5.  5. Estamos hospedados num modesto hotel em Corumbá (Laura Vicuña), cerca de 20 km da aduana boliviana, e amanhã daremos início ao trecho internacional da viagem.

Saída de Brasília, manhã de 28/3/2022





No MS, BR 163

Proximidades de Corumbá/MS


 

Em Corumbá, fechando o segundo dia de viagem

Rio Paraguai, Corumbá/MS

Rio Paraguai, em Corumbá/MS


ENTRANDO NA BOLÍVIA - 1895 km rodados. 395 em território boliviano (pernoite em San Jose de Chiquitos).

1. Começamos o dia (30/3/2022) tentando fazer os procedimentos aduaneiros para entrar na Bolívia. Vale uma postagem a parte, porque foram 7 procedimentos que nos tomaram 3h40, mas não era de se estranhar, já que um amigo do Gilson ficou 7h na aduana de La Quiaca/Villazon num trâmite de motorhome.

2. Para quem pretende viajar pra cá, vale a pena fazer tudo nas lojinhas que circundam a aduana de Puerto Quijarro (Corumbá nao dispõe de bons serviços). Nessas lojinhas encontram-se a melhor taxa de câmbio, chip de celular para estrangeiros, fotocópias (vai precisar de muitas), seguro saúde e até teste PCR para Covid. Conseguimos comprar bolivianos na paridade de R$ 1,00 para BOL 1,39. Compramos também um chip de dados para celular a R$ 18,00, válido por 30 dias.

3. Deve-se ressaltar que na rodovia boliviana, da fronteira até 100 km antes Santa Cruz de la Sierra, praticamente não existem postos de combustível (pelo menos visíveis da rodovia). Na realidade há apenas dois: em Roboré (250 km da aduana) e em San Jose de Chiquitos (onde estamos, a 390 km da fronteira, mas tem que entrar na cidade). Comprovamos que, de fato, existem dois preços de gasolina, um para os bolivianos (Bob 3,74), e outro para estrangeiros (Bob 8,68). Traduzindo em miúdos, pela nossa cotação, o litro sai a R$ 2,69 e R$ 6,25, respectivamente. Mas conseguimos pagar o mesmo preço dos "locais" no posto de Roboré, a base de muita saliva com o atendente do posto. Porém, se abastecer em algum recipiente, tipo galão, o preço é o mesmo cobrado dos boliviano.

4. Paramos para almoçar um PF (prato feito) numa tapera de estrada, onde vimos alguns caminhoneiros parados, ao módico preço de Bob 10,00, cerca de R$ 7,50. Rango aprovadíssimo! Excelente talharim com frango ensopado e batatas. 

5. Pegamos chuva antes de Roboré e ventos fortes na chegada a San Jose de Chiquitos. Esta cidade é oriunda de uma missão jesuítica, e foi fundada em 1698. Estamos hospedados num modesto hotel na frente da praça central da cidade, com garagem, ao preço de R$ 44,00 por pessoa em quarto compartilhado. Preços na Bolívia são muito convidativos, mesmo considerando que a cerveja está no mesmo preço do Brasil.

PROCEDIMENTOS DA ADUANA, PASSO A PASSO:

Passo 1 - Registrar saída do Brasil na Polícia Federal (carimbo no passaporte);

Passo 2 - Registrar entrada na Bolívia na Polícia Boliviana. Eles irão pedir cópias do passaporte, do exame PCR, dos atestados de vacina COVID e Febre Amarela e do Seguro de Viagem (pasmem, eles ficam com o original). O seguro de viagem deve ter cobertura de 30.000 dólares por 30 dias (independemente do tempo que vc vai passar no país);

Passo 3 - Tirar cópia do passaporte da página com os carimbos de saída do Brasil e de entrada na Bolívia numa das lojinhas da área;

Passo 4 - Ir à Aduana, que fica uns 50 metros adiante, para pegar o "Permisso" do veículo. Apresentar cópia da CNH, do documento do veículo e a das páginas do passaporte do item anterior;

Passo 5 - Levar os veículos para o pátio da Aduana para que seja fotografado o número do chassis. Melhor saber onde esse número se encontra, pra dar uma forcinha pro atendente e ganhar tempo. Eles vão imprimir uma autorização (Permisso) para transitar pelo país por 30 dias;

Passo 6 - Tem que levar esse Permisso à Polícia de Trânsito (Polícia Nacional), que fica uns 6 km distante. Pega-se até estrada de terra pra chegar lá. Precisamos parar 3 vezes pra pedir informação do local exato. Lá chegando eles irão emitir uma "ORDEN DE CIRCULACIÓN" e cobrar BOL 100,00 (sem recibo);

Passo 7 - Levar essa ORDEN DE CIRCULACIÓN ao primeiro posto de polícia da rodovia, cerca de 30 km após a fronteira (exatamente antes do primeiro pedágio), para que a polícia "carimbe" essa autorização.

NÃO FOI NECESSÁRIO SEGURO CARTA VERDE OU PREENCHIMENTO DA DECLARACIÓN JURADA. Essas informações nos foram passadas pela Embaixada em Brasília, mas descartadas pelos próprios funcionários da Aduana. Precisamos de 3h40 para fazer esses 7 passos. Se alguém conseguir fazer em menos tempo, me fale. rsrs

EM SANTA CRUZ DE LA SIERRA

1. Dia 31/3/2022, quinta-feira - Saímos de San Jose de Chiquitos bem agasalhados. Temperatura baixa em torno de 10 graus. Ontem choveu bastante à tarde e à noite, com muito vento. E lá fomos nós cumprir os 280 km até Santa Cruz de la Sierra. Como havia dito, os postos daqui têm preços diferentes para veículos estrangeiros, mas podemos usufruir do mesmo preço dos bolivianos se usarmos um galão (não é permitido fazer isso com o veículo parado na área do posto). Eu adquiri 6,3 litros e Gilson 5, ao preço de Bob 3,74, e partirmos pra estrada. Ao chegar em Santa Cruz, para outro abastecimento, ficamos surpresos em saber que nesta cidade essa diferença de preço não existe. Estrangeiros pagam o mesmo que os "locais".

2. Fomos parados na entrada de Santa Cruz pela polícia nacional, que nos fez descer da moto, conferir documentos e ir ao posto para apor dois novos carimbos na tal Orden de Circulación.

3. Santa Cruz de la Sierra é uma cidade linda! Mesmo com 2,5 milhões de habitantes, tem um trânsito organizado e civilizado. É proibido estacionar em qualquer lugar no Centro, mas existem garagens pagas em todas as ruas adjacentes. Trata-se de uma cidade histórica, fundada pelos espanhóis em 1561. Embora tenha "Serra" no nome, está a um pouco mais de 400 metros de altitude. Conseguimos um hotel maravilhoso, o Misional, a BOL 214,00 (algo em torno de R$ 153,00 o quarto pra duas pessoas), em frente da praça onde ficam duas atrações bacanas da cidade, a Basílica de San Lorenzo e a Casa de La Cultura. Neste momento, às 18h, a temperatura está a 16 graus.

SUBINDO A CORDILHEIRA DOS ANDES E CHEGANDO A SUCRE, A CAPITAL CONSTITUCIONAL DA BOLÍVIA

2420 km DE VIAGEM, SENDO 1.190 Km EM TERRITÓRIO BOLIVIANO.

1. Antes de pegar a estrada pela manhã, abrimos o googlemaps para visualizar o roteiro de hoje. Estranhamos o google dizer que demoraríamos 11h40 minutos para fazer exatos 384 km entre Santa Cruz de la Sierra e Sucre. Uma estranha média de 35 km/h. Mas lá fomos nós pela Ruta 7 (aqui chamada de Trajecto 7), acreditando que faríamos o trecho na metade deste tempo. Ledo engano, demoramos exatamente 11h na estrada. Essa Ruta 7, a partir de uma cidadezinha chamada La Angostura, simplesmente vira uma estrada de rípio, com pequenos trechos intercalados de asfalto muito ruim (antes fosse tudo rípio), com curvas e mais curvas de 180 graus em região de serra (subidas e descidas íngremes), máquinas na pista e muito caminhão levantando poeira densa. Foram 230 km de lentidão extrema. Não aconselho aos interessados em conhecer Sucre a trafegar pela Ruta 7, pelo menos por enquanto. É uma Carretera de la Muerte em largas proporções. Estão asfaltando vários trechos e pode ser que daqui a 1 ano a situação seja outra. O caminho mais confortável, no presente momento, é seguir pela Ruta 4, que vai para Cochabamba. Mas tivemos um alento, a partir de San Isidro muda-se de rodovia (Ruta 5), um verdadeiro tapete, e é onde começa o trecho da Cordilheira dos Andes.

2. A Cordilheira andina na Bolívia é de uma beleza indescritível, um cenário de emocionar! Mas ninguém se engane que conseguirá desenvolver médias acima de 50 km/h pelas rodovias daqui. Praticamente não existem retas com extensão superior a 1 km. É muito desgastante, e igualmente prazeroso, pilotar em altitudes que superam os 3000 metros, com centenas de curvas fechadas de 180 graus, bordeando despenhadeiros. Um pequeno erro na tangente de uma curva é "caixão e vela preta". Outro fato que merece destaque é a quantidade de animais na pista. Cachorros, vacas, burricos, porcos e cabritos são comuns... e nos trechos sinuosos isso é um risco permanente. Deve-se acrescentar que estamos tendo problemas de abastecimento, comprando gasolina em galões e transferindo nós mesmos para o tanque e, como já disse, a moto não pode ficar parada na área do posto. Isso exige muitas idas e vindas à bomba, porque nossos "galões" são de 5 litros e o tanque de 20. A distância entre um posto e outro é considerável. Não raro ultrapassa 200 km. É sempre aconselhável levar uns litros adicionais.

3. Não bastassem 11h sentados na moto, chegamos em Sucre no horário do rush. Engarrafamento monstro em 100% das ruas da cidade. Ficar parado atrás de automóveis no trânsito pesado, com as pernas bambas e a cabeça azuretada pelo batidão da estrada, não é foi nada agradável. Mas chegamos bem bom hostal Casa Takubamba, onde passamos a noite.

4. Eu estive em Sucre há 12 anos, também de motocicleta, e posso testemunhar a mudança radical no perfil da cidade, que tem passado pelo fenômeno de favelização bastante comum nas boas cidades da Cordilheira. O trânsito é de amargar! Mais rápido andar a pé por aqui. Pouca gente sabe, mas Sucre é a capital constitucional da Bolívia e é conhecida como a "Cidade Branca", por causa das paredes caiadas de suas construções históricas. A cidade, fundada em 1538, é patrimônio da humanidade pela UNESCO e também um dos sítios paleontológicos mais importantes da América.

NO SALAR DE UYUNI - 2767 km de viagem, 1167 km em território boliviano

DIAS 2 e 3/abril/2022, sábado e domingo.

1. Saímos cedo de Sucre, com o trânsito bem pesado, mesmo considerando ser um sábado antes das 8h da matina. E seguimos para o Salar de Uyuni, um dos cenários mais espetaculares do planeta. Demos sorte, porque o Salar ainda esta "espelhado", com aquela lâmina d'água que reflete o Céu na Terra. Falando um pouco desta localidade, trata-se do maior deserto de sal do mundo, com 11.000 km quadrados de área, a 3600 metros de altitude. É uma das maiores reservas de lítio do mundo e visível da lua, a olho nu.

2. Foram 350 km de pilotagem em região andina em 6h30 de pilotagem (média de 54 km/h, sem parada para comer, já que não existe nenhum restaurante na rodovia). Antes de chegar aqui, trafegamos pela região de Potosi, onde a cordilheira tem um paisagem única, bem diferente dos demais cenários andinos, com muitas rochas. As lhamas e vicunhas começaram a aparecer nas pastagens naturais que bordeiam a rodovia. Chegamos a ultrapassar os 4500 metros de altitude, mas a temperatura foi amena. Passamos por dentro da cidade de Potosi, uma das mais altas do mundo, a 4070 m de altitude, e observamos o mesmo problema de Sucre e das boas cidades andinas: a enorme favelização e o trânsito pesado. Não se vê uma única rua sem engarrafamento monstruoso. Não é um ambiente favorável a motos grandes e pesadas, como a minha.

3. Em Uyuni fomos direto para o hotel, o Asian House, R$ 120,00 a diária em quarto duplo. Contratamos no próprio hotel o tour para o Salar em veículo 4x4, a 200 bolivianos por pessoa, algo em torno de R$ 145,00. Saímos pra almoçar na praça central da cidade, que fica a 1 km do hotel. Tivemos que voltar correndo, porque às 16h a sensação térmica estava em torno de 10 graus e eu não tinha levado nenhum agalho. Por ser um descampado, os ventos são constantes e frios, mesmo sob um sol de rachar. Colocarei fotos do Salar na próxima postagem.