20220413

SAINDO DA BOLÍVIA E CHEGANDO EM TILCARA - Total da viagem 3.531 km, sendo 1850 km na Bolívia e 205 km na Argentina

1. Dia 4/abril, segunda-feira - Resolvemos deixar a Bolívia depois do excepcional passeio pelo Salar de Uyuni. A despeito da simpatia dos bolivianos, é muito complicado viajar por aqui. Trata-se de um Estado Policialesco. Parece que a puliça é o maior cabide emprego do país, porque se vê em tudo quanto é canto, se esforçando bastante para atrapalhar a vida do turista estrangeiro. Como eu havia dito, estamos abastecendo usando galões, fazendo várias viagens entre a bomba e a moto. Nem todo posto daqui atende estrangeiros. Se levar a moto na bomba paga-se BOB 8,68; mas no galão, paga-se BOB 3,74. Quando chegamos a Uyuni anteontem, enchemos nosso tanque numa boa (no galão) e resolvemos, na manhã de hoje, levar 5 litros adicionais para qualquer eventualidade, afinal tínhamos quase 300 km até La Quiaca. Quando chegamos no posto, já quase sendo atendido, veio um policial e falou algo no ouvido do atendente. Imediatamente ele disse que só poderia nos vender a 8,68 o litro e que precisaríamos apresentar fotocópia do passaporte. Parece piada! Mas aqui qualquer policial cria sua própria lei. Fui lá falar com o puliça fdp, dizendo que já tinha rodado quase 2000 km no país e que aquilo era  uma "lei" nova, provavelmente inventada pela cabeça dele. Beleza, saímos de lá sem abastecer, cuspindo marimbondo. Nesse país se pede fotocópia de tudo (imagina ter que ir numa papelaria pra tirar cópia do passaporte por causa de 5 litros de gasolina). Outro fato curioso é que para sair do país (entre Villazon e La Quiaca) tivemos que apresentar fotocópia da Declaração de Ingresso na Argentina para eles carimbarem, sendo que a Argentina apenas exigem o preenchimento pela internet. Em resumo: tem que ter muita paciência pra viajar pela Bolívia por conta dessas pequenas coisas. Como já estamos bem perto da Argentina, decidimos nos despedir do país naquele momento.

2. Resolvemos ir pela Ruta 21 para La Quiaca, por Tupiza. O desatualizadíssimo site argentino Ruta0 dizia que seriam 210 km de rípio. Conversando com alguns motoristas locais, alguns disseram que boa parte da rota havia sido asfaltada e que haveria entre 40 e 80 km de rípio (informações discordantes). Encontramos então com um motociclista paranaense, Jailson, que está indo pro Alasca solo e que acabara de passar por lá. Ele nos tranquilizou quanto ao trecho de rípio, porque na realidade a Ruta 21 está sendo totalmente pavimentada. Medimos exatos 10 km de rípio, sendo que existe ainda um trecho  de 7 km de serra, com muitas subidas e descidas íngremes, que merece muita atenção e cuidado.

3. Entramos na Argentina depois de 1h10 de trâmites aduaneiros (e muitas fotocópias) e seguimos para Humauaca, onde pretendíamos dormir numa hospedaria própria pra motociclistas, indicada pela Tarciane (ciclista brasileira que conhecemos no Salar). Mas lá chegando, achamos a cidade meia boca e essa pousada fica bem longe do centro. Seguimos então para Tilcara, 45 km adiante (procurem no google sobre a "Maldição de Tilcara", estória interessante da seleção de futebol argentina). Nesta cidade existe a cidadela de pedra El Pucará, um dos registros antropológicos mais importantes da civilização Humauaca. É a minha terceira passagem por aqui, mas Gilson ainda não a conhecia.









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