20220413

EM ASSUNÇÃO - 5226 km de viagem, sendo 1850 km na Bolívia; 2145 km na Argentina e 45 km no Paraguai.

Dias 8 e 9/4/2022 - sexta e sábado - Saímos de Saenz Peña sem muita pressa, porque o piso ainda estava molhado pela chuvarada do dia anterior. Já devia passar das 9h quando seguimos para Clorinda, onde se localiza a fronteira Argentina/Paraguai. Foram exatos 453 km de deslocamento até a aduana. Padecemos 1h40 nos trâmites aduaneiros, mas nem foi por dificuldades burocráticas, porque tudo estava muito organizado, com enorme painel identificando todos os passos a serem cumpridos. Como não estava nos nossos planos iniciais vir ao Paraguai, não nos atentamos para a tal de Declaración Jurada de entrada no país. Tudo seria tranquilo se houvesse sinal de internet disponível para "nosotros", porque se trata de um documento on line. Tivemos que pagar 400 pesos argentinos (cerca de 13 reais) para um muchacho (uma espécie de despachante) que ganha a vida prestando serviços aos turistas incautos, como nós. 

2. Feita a Declaración lá fomos nós pra fila, que deveria ter mais de 30 pessoas. Daí a demora. A aduana dos dois países é conjunta e não se perde tempo em deslocamentos, como na Bolívia. E nem pedem fotocópias (como na Bolívia também). Fomos dispensados de ter nossas malas revistadas, como é de praxe nas fronteiras. Gilson aproveitou para fazer uma piada, dizendo que a polícia paraguaia deveria estar procurando produtos falsificados na bagagem dos turistas.

3. Estive em Assunção em 2019 e a cidade piorou bastante desde lá. A população de rua é uma coisa descomunal. Barracos de madeirite e tendas de plástico são vistas em todo canto - inclusive nas cercanias do Palácio de Governo e ao lado da Universidade Católica, muito lixo nas ruas, mendicância nos semáforos, praças mal cuidadas e sujas, calçadas esburacadas, muitos prédios abandonados e ambulantes vendendo  de tudo. Parece que a cidade foi atingida em cheio pela pandemia da Covid. Lojas e shoppings, que antes tinham comércio efervescente, praticamente desapareceram. Acho que o comércio de importados e a polícia empregam 99% da população. Já atravessei o Paraguai de ponta a ponta 4 vezes e, sinceramente, não sei o que o país produz além do agronegócio e pecuária (que não causam impacto na empregabilidade). Nunca vi única fábrica por aqui. Nem de prego e parafuso. Então é compreensível a situação de empobrecimento, devido a queda radical na demanda por produtos importados, por causa da pandemia.


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